The big food redesign: Technical appendix
Published in September 2021
As empresas e varejistas de bens de consumo de alto giro (FMCGs, na sigla em inglês) têm o poder de fazer com que alimentos positivos para a natureza, que são também rentáveis para os agricultores e para os negócios, se tornem competitivos no mercado.
As empresas e varejistas de FMCGs exercem uma influência substancial no sistema alimentar: na União Europeia e no Reino Unido, por exemplo, 40% das terras agrícolas são influenciadas pelas 10 principais empresas e varejistas de FMCGs. Muitos desses atores, hoje, contribuem para o problema, mas, considerando seu porte e poder de influência, podem – e precisam – ser parte da solução.
São as empresas e varejistas de FMCGs que fabricam e comercializam o que comemos – determinam como serão esses alimentos, seu sabor e o quão saudáveis serão para nós e para a natureza. Combinando os princípios da economia circular com o design de alimentos, esses atores podem conceber produtos alimentícios benéficos para a natureza, que contribuam para fazê-la prosperar.
Ao repensar o processo de produção dos alimentos e os ingredientes utilizados, as empresas podem oferecer produtos melhores para os clientes, para os agricultores e para o meio ambiente.
Hoje, apenas quatro culturas fornecem 60% das calorias do mundo – e muitos ingredientes de menor impacto que poderiam ser cultivados como substitutos raramente são usados. Um sistema alimentar eficaz e positivo para a natureza exige um conjunto mais diversificado de opções vegetais e animais, além de uma melhor compreensão dos contextos locais.
As grandes empresas e varejistas de bens de consumo de alto giro podem ampliar o alcance e o ritmo dessa mudança do mix de vegetais e animais criando demanda por outros ingredientes. Na maior parte dos casos, isso implica redesenhar seus portfólios de produtos alimentícios.
Para fazer isso, os designers de alimentos podem usar os princípios da economia circular e aplicá-los em todas as dimensões do design de alimentos, desde o conceito do produto, passando pela seleção e origem dos ingredientes até a embalagem. Isso é o design circular para alimentos:
O guia “O grande redesenho de alimentos” apresenta quatro oportunidades de seleção e origem de ingredientes que podem gerar amplos benefícios ambientais, econômicos e de produtividade. O design circular para alimentos – que, em essência, envolve reformular os portfólios de produtos para incluir as diferentes variedades de um sistema alimentar positivo para a natureza – oferece ganhos significativamente maiores do que continuar usando os mesmos ingredientes de hoje, mas apenas buscando obtê-los a partir de origens que priorizem a produção regenerativa.
* Em média, considerando os três ingredientes analisados (por colheita para trigo e batata e por ano para laticínios) no Reino Unido e na UE.
Criar planos de ação ambiciosos e bem embasados para tornar realidade os portfólios de produtos positivos para a natureza
Estabelecer uma nova dinâmica de colaboração com os agricultores
Desenvolver produtos icônicos para demonstrar o potencial do design circular para alimentos
Definir e usar métricas e definições comuns na fazenda
Defender políticas que apoiem um sistema alimentar positivo para a natureza
Um futuro em que alimentos positivos para a natureza estejam disponíveis em grande escala.
Este estudo analisa o papel que as empresas de bens de consumo de alto giro (FMCGs) e os varejistas de alimentos podem ter rumo a um sistema de alimentos que gere impactos positivos significativos para os negócios, as pessoas e o meio ambiente. Ele explora as formas a partir das quais os produtos alimentícios podem ser desenhados em colaboração com agricultores, para que sejam positivos para a natureza. O relatório também investiga o papel viabilizador fundamental das políticas e incentivos.
A Fundação Ellen MacArthur trabalha para acelerar a transição para uma economia circular. Desenvolvemos e promovemos a ideia da economia circular e trabalhamos em conjunto com empresas, universidades, formuladores de políticas e instituições para mobilizar soluções de sistemas em escala em todo o mundo.
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